sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Aonde vamos parar?

Essa é a pergunta que tenho me feito nos últimos dias. O mundo está andando de um jeito que me surpreende e me preocupa... Essa semana foi divulgada a notícia do assassinato de uma senhora de 78 anos, ocorrido no final de julho aqui em Fortaleza. A autora do crime é a filha adotiva da aposentada, uma universitária de 21 anos. Lara colocou fogo no quarto da mãe enquanto ela dormia. Dona Iracema faleceu algumas horas depois, com 85% do corpo queimado.

Eu e Lara estudamos no mesmo colégio. Não éramos amigas, mas, como o colégio tinha poucos alunos, acabamos nos conhecendo. Lara era uma menina inteligente, engraçada, aparentemente tranqüila. Saí do colégio no final de 2003 e nunca mais a vi, mas a imagem que fiquei daquela menina era de uma pessoa com um futuro promissor, criada por uma senhora (a "dinda") com muito carinho. O que aconteceu pra tudo mudar? O que leva uma pessoa a atear fogo ao corpo da própria mãe, matando-a cruelmente? O que passa na cabeça de uma criatura tão impiedosa quanto essa?

Segundo dados divulgados na imprensa, Lara justificou (e há justificativa?) seu ato afirmando que o relacionamento conturbado com a mãe, que não aceitava sua homossexualidade, a levou a cometer tal crime. O advogado da família disse que havia suspeitas de que Lara falsificava a assinatura da mãe para usar seu cartão de crédito e chegou a dopar a aposentada algumas vezes. Um parente da vítima afirmou que Lara consumia drogas e bebidas alcoólicas.
Lara foi presa hoje, segundo o delegado, sem esboçar reação.

O fato de ter conhecido essa menina alguns anos atrás e saber dessa história agora me fez refletir sobre as atitudes humanas e sobre como uma pessoa pode mudar, tornar-se um assassino capaz de matar outro ser humano com requintes de crueldade... Alguns dizem que temos em nós a maldade e a bondade. Na relação familiar, deveriam predominar os sentimentos bons e a harmonia, mas não é isso que está acontecendo. Quantos são os casos de violência doméstica? Como entender o fato de de um pai e uma madrasta jogarem pela janela uma menina de 6 anos? Ou aceitar abusos sexuais recorrentes de pais, tios, padrastos?

Triste.

Por favor, parem o mundo que eu quero descer.